A articulação entre açorianidade e Pentecostes é uma nota marcante em dois autores açorianos do século XX: Vitorino Nemésio e Natália Correia. Podemos perspetivar tal articulação a partir de dois pontos de vista: o da observação e análise sociológica e o da caracterização teológica. O primeiro dá conta da importância do culto ao Divino Espírito Santo para as gentes açorianas, enquanto manifestação sociorreligiosa e expressão vivencial de uma fé. O segundo, de natureza subjetiva, expressa quer a visão teológica, quer a espiritualidade pentecostal própria de cada autor: a energia cósmica, o dom das línguas, a face feminina de Deus, a fraternidade universal... Procuraremos abarcar os dois pontos de vista, partir da análise da obra dos autores selecionados, dentro de determinados objetivos: génese, evolução e atualidade da utopia da fraternidade universal